Porque temos que banalizar os sentimentos em prol da razão?
Deprimir o que somos para sermos o que desejam que somos?
A solidão corre os meus ossos e perfura as minhas vísceras.
E me vejo desarmada e desarmada no mundo.
Uma película tênue envolve a felicidade, e ela constantemente se rompe, e a felicidade escoa facilmente, e se dissipa, e sem nos darmos conta, ela se perde.
Sobra o rude, o grosseiro.
O esvaziamento de nossa própria essência.
E emerge como um feroz monstro voraz, a angústia impiedosa e cruel.
Me perco cogitando a respeito do fim, do propósito de estar viva,
E só me sobra de consolo, o que se prega eticamente a respeito da conduta.
Sermos únicos, mas não diferentes.
Sermos gentil, sem desconsiderarmos a agressividade inerente.
Sermos firmes sem sermos injustos.
Assim resta-nos transitarmos entre os paradoxos e nos ocuparmos com os questionamentos sem respostas, e assim o tempo segue seu curso, e o fim delicadamente nos envolve, e gentilmente nos domina.
Shirley Souza.......................................................................................................28/06/10
“eu não sei o que meu corpo abriga, nestas noites quentes de verão e nem me importa que mil raios partam qualquer sentido vago de razão”
Cazuza