Valorosos homens de posse das suas armaduras de dor, saíam
pelas terras paridas em busca de sonhos iluminados pelo sol do meio dia.
Maltratando a pele, craquelando os rostos, tornando-os tão iguais, que suas
identidades mais pareciam o solo que pisavam. Os pés não sentiam o chão, os
calos impediam. Qualquer sensação de bem-estar provocada pelo contato da mãe
que não nutria seus filhos era extirpada pelo anseio do trabalho precoce.
Por onde o olhar se destina, cacto . Sol sem vento! Falta d’água.
A fome é a pior das pestes, ela desnutre a alma. Fomenta rancor naqueles que de
Gaia esperam o fruto. Acabam por servirem de alimento das suas entranhas.
Caprichosa terra, sedenta por moribundos, inflamada pelo desejo de ter seus
filhos em seu ventre. Toma o coração do sertão, e faz dele o flagelo miserável
do homem desesperançado.
Filho nativo de terras secas, profanado está seu futuro
ressequido e cinza. Pobre e sombrio,