Uma produção em meio ao caos. Sombras malditas, hálitos quentes.
Imundos pelo trabalho árduo.
Putrefação dos corpos ainda vivos, pelo cansaço do dia.
Os cheiros se misturam tornando insuportável a convivência.
A chuva lá fora nos castiga aqui dentro.
Uma centelha do inferno.
Os germes constroem muralhas, nos aprisionando, nos limitando.
Pobres mortais pobres!
Uma hora e vinte de agonia, e ainda estamos no meio do caminho e nem existe um pote de ouro no fim...
Somente pedras e cascalhos.
Invejo aquele que o comanda. Ele detém o poder, as regas do jogo. A nós... Resta-nos o ÔNIBUS. O caos, o martírio.
E pra que?
Somos mártires dos nossos sonhos... Ou seria da nossa necessidade?
E o limite de nós, nos diz que somos quem podemos ser... NADA, ou tão pouco que não comove ninguém.
Somos moribundos sociais. LI-MI-TA-DOS!
Fedidos e covardes. Odeio esse som, odeio o vermelho da sua derme. Odeio o balançar desengonçado. E odeio gente, muita gente.
Quero respirar o ar que é meu, somente meu. Ainda bem que sentei!
Shirley R.
22/01/2009