segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ônibus


Uma produção em meio ao caos. Sombras malditas, hálitos quentes.
Imundos pelo trabalho árduo.
Putrefação dos corpos ainda vivos, pelo cansaço do dia.
Os cheiros se misturam tornando insuportável a convivência.
A chuva lá fora nos castiga aqui dentro.
Uma centelha do inferno.
Os germes constroem muralhas, nos aprisionando, nos limitando.
Pobres mortais pobres!
Uma hora e vinte de agonia, e ainda estamos no meio do caminho e nem existe um pote de ouro no fim...
Somente pedras e cascalhos.
Invejo aquele que o comanda. Ele detém o poder, as regas do jogo. A nós... Resta-nos o ÔNIBUS. O caos, o martírio.
E pra que?
Somos mártires dos nossos sonhos... Ou seria da nossa necessidade?
E o limite de nós, nos diz que somos quem podemos ser... NADA, ou tão pouco que não comove ninguém.
Somos moribundos sociais. LI-MI-TA-DOS!
Fedidos e covardes. Odeio esse som, odeio o vermelho da sua derme. Odeio o balançar desengonçado. E odeio gente, muita gente.
Quero respirar o ar que é meu, somente meu. Ainda bem que sentei!





Shirley R.
22/01/2009

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