domingo, 8 de novembro de 2015

Anestesiada
Demasiadamente atônita aos processos insalubres que me encontro.

Quer ópio melhor que a presença da morte? Ela dança na sua frente, apontando uma lança na sua cara. Ela é o buraco fétido da ferida do mundo, é a dor da carne no leito. Qual seria a lamentação de estar vivo em meio ao caos? Hipocrisia, afinal, corremos de medo da morte, amamos a vida, ainda que decrépita, ainda que para reclamar do falta do tão aclamado amor. Ainda que para se jogar de um prédio e lamentar, por ter paralisado parte do corpo. Como somos fracos! Como somos paradoxais! Não há relevância em nossas atitudes, não há coerência em nossas escolhas. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Páginas